sexta-feira, 3 de julho de 2020

Soneto das mãos prestimosas

Com a mão no púbis, a outra ela, gemendo,
Põe sobre a própria boca e a vai beijando
E entre um beijo e outro beijo vai dizendo
Amor, enquanto o púbis vai tocando.

Com o corpo inteiro já se contorcendo,
Seus movimentos vão se acelerando,
Os beijos já os dedos vão mordendo
E o gozo delicioso está chegando.

Com medo de perdê-lo, ela se agita
E agora amor não diz, amor já grita,
Com o grito rouco e louco do prazer.

Depois, apaziguada e agradecida,
Premia cada mão com uma lambida
Antes de se virar e adormecer.

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