Toda manhã, ao caminhar pelos quatro quarteirões que o levavam de casa ao escritório onde trabalhava, colava em algum ponto do trajeto um papel com três palavras escritas caprichadamente no computador: Vou Me Matar. Imaginava que dali a duas semanas, quando um número suficiente de papéis estivesse colado, alguém observaria aquilo e, sorrindo, pensaria: que idiota. Mas, no dia em que ele estourasse a cabeça na frente do edifício onde trabalhava, ao lado de um daqueles avisos de morte, muitos acabariam percebendo a lógica que havia naquilo e talvez não achassem tão idiota assim.
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