Gostou do rapaz desde o princípio, por ser bonito sem exagero, ter um carro convencional, saber enrolar espaguete no garfo, assumir um ar romântico ao ouvir música, qualquer música lenta, dobrar e desdobrar hipnoticamente o lenço enquanto falava, e jamais usá-lo no nariz. Gostou dele desde o início, até o fim, até aquela noite em que, tendo o rapaz aprendido a conjugar o verbo comprazer, se esqueceu de tudo aquilo que o tornava especial e ficou vinte e cinco minutos exibindo sua habilidade conjugatória, percorrendo todos os tempos e modos, até ela sair do restaurante, sem que ele notasse, e ir pegar uma sessão de cinema.
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