Pelas escancaradas janelas da imensa casa o som trovejante de uma orquestra saía em golfadas alegres e era levado por um vento triunfal que, para alegrar tudo e todos ao redor, corria para a rua como um moleque desatinado. Encostado num poste cuja luz doentia era engolida pelos holofotes que se cruzavam em cima da casa, um jovem imaginava tristemente com quem certa garota estaria dançando e, ao rugido da orquestra, opunha estoicamente o violino interior que chorava notas só para ele, para a melancolia dele, e que ganhava agora a ajuda de uma chuva fria como um adeus.
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