Brigavam segunda, quarta e sexta, reconciliavam-se terça, quinta e sábado, e vice-versa. Aos domingos também alternavam brigas e reconciliações - brigas especiais e reconciliações especiais. Quando marcaram o casamento, acertaram uma cláusula não escrita pela qual, se as brigas persistissem, não haveria o surrado dramalhão de malas na porta e despedidas iradas: morariam num apartamento de dois quartos e, assim, dormiriam separados até o dia seguinte, o da reconciliação. Mas, quando se casaram, não precisaram recorrer a cláusula nenhuma. Foram abençoados pelo tédio e jamais houve brigas nem reconciliações.
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