Não gostavam dele, porque era triste e tornava constrangedora a alegria dos outros. Afastado de todos, o ódio que nutriu, em cada dia de sua desditosa vida, voltou-se contra si mesmo. Aceitou a inferioridade como uma justiça do destino e, na tarde em que alguém o olhou com anseios amorosos, ele viu apenas compaixão no olhar e, sem saber que assim se condenava à definitiva solidão, fingiu não ter visto nada nem ouvido a voz que o chamava como nenhuma outra havia chamado.
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