sexta-feira, 2 de julho de 2010

Lírica (152) - A festa

Na festa do amor, nada pediu e nada lhe deram. A orquestra tocava as músicas que ele selecionaria, se fosse escolher. Mas, sem parceira, ficou num canto do salão, vendo os casais que flutuavam como se dançassem nas nuvens. Tinha o hábito de entristecer, e entristeceu. Com medo de que o vissem chorar, foi-se afastando e, ao passar pela imensa porta e sair para a treva onde finalmente deixou que viessem os soluços e as lágrimas, não olhou para trás. Se olhasse, veria, acenando para ele, alguém a quem também não tinham dado nada e que finalmente havia resolvido pedir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário