sábado, 3 de julho de 2010

Lírica (163) - Garganta

Toda vez que a mulher levava o copo à boca, ele, sem piscar nem respirar, esperava que o vinho chegasse à garganta e provocasse aquele movimento leve, quase indistinguível, no pescoço, que o tocava com uma ternura tão aguda que ele chegou a se perguntar se aquilo não seria uma espécie de depravação.

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