Como lhe convinha certo ar de poeta romântico, esmerou-se em amar e em sofrer por amor. Celebrou as flores - e, mais do que elas, os espinhos -, assumiu a palidez da lua e doeu-se por todas as dores. Estas eram imaginárias no início, ou assim lhe pareceram, mas no dia em que se pôs na sacada do apartamento e pela primeira vez premeditou um voo, soube que era como aquele poeta de quem Fernando Pessoa disse que fingia tão completamente que fingia ser dor a dor que realmente sentia.
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