Que insípido seria o amor se vivesse só de flores e frutos colhidos, como alguns tolamente pretendem. As flores e os frutos hão de ser, na história do amor, exceções que, quanto mais raras, mais bem-vindas serão. De tempestades e de perdas, de granizo e geadas, de incertezas, de angústias e de colheitas goradas há de se nutrir o amor para ser amor, uma constante e necessária convulsão, um ranger de dentes e uma explosão de lágrimas - não a monótona paisagem com o céu azul ao fundo, um riacho deslizando indolente e a grama lustrosa onde um casal estende uma toalha com iguarias e, para assegurar sua felicidade, tem a única preocupação de espantar as moscas e as formigas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário