Não conseguindo pensar em outro assunto que não fosse o seu malogrado amor, passou a escrever somente sobre ele. Escreveu parágrafos, páginas e livros, e mais parágrafos, páginas e livros, durante anos, anos e anos. Talvez porque seu amor fosse único e só a ele interessasse, os originais, não publicados, se apossaram de todo o seu quarto, de sua sala, da casa toda. E agora, no fim da vida, toda manhã ele precisa abrir espaço entre eles para encontrar um cantinho onde possa começar ou continuar a escrever mais um, no qual narrará, como em todos, suas parcas venturas e seus múltiplos infortúnios.
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