De longe, ele a observava, no café. Era bela: lindos olhos, nariz, cabelos. Mas o que lhe causou maior impressão foi uma palavra curta que, dita por ela à acompanhante, desenhou nos seus lábios uma formosura única. À espera de que a palavra se repetisse, ficou mais atento ainda. Quando a mulher pagou a conta e, despedindo-se da amiga, saiu para a rua, ele a seguiu e, apesar da ansiedade, talvez não tivesse falado com ela, se ela não houvesse feito sinal para três táxis, sem que nenhum parasse. Criou coragem e perguntou se ela queria que ele a ajudasse. E então viu de novo os lábios em seu instante de máxima formosura e ouviu a resposta: não.
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