Não sabia onde ela estava. Poderia dizer que a sentia em seu sangue, em sua alma, nos olhos que, esperançosos e desesperançados, fitavam ora o telefone, ora a porta do apartamento. Poderia dizer que ela estava nos seus lábios, que febris a chamavam, e nos seus ouvidos, que se aguçavam a cada morosa subida do elevador. Poderia dizer isso, mas mil noites de angústia, como aquela, lhe haviam ensinado que nem sempre a poesia acalma o clamor e os ardores da carne.
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