Quando se deitou, na noite em que se completavam dois meses sem notícias do amado, ela teve a insônia espicaçada pelo vento chicoteando a veneziana e pela voz dos trovões anunciando a tempestade. Conseguiu dormir quando o sol já se insinuava no horizonte, e duas horas depois, ao acordar e abrir a janela, viu que seu pequeno roseiral havia sido ceifado pela chuva e pelo vento. Este, como se lhe desse uma compensação, soprou para dentro do quarto uma pétala de rosa. Isso é o amor, ela murmurou, resignada.
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