Todas as manhãs, depois de pegar o bloco e a canetinha, o velho poeta abria a gaveta e, tossindo com a poeira e a naftalina que lhe afetavam a garganta, puxava sempre as mesmas palavras: sol, girassol, rouxinol, arrebol, crisol e outras com a mesma rima. Vinha fazendo versos com elas fazia quarenta anos e jamais cometeria a traição de abandoná-las.
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