Gostaria que a morte fosse encontrá-lo no final de um concerto, de preferência numa praça, sob um céu estrelado, e que ele percebesse a presença dela quando, ao juntar seus aplausos aos do público, estivesse pedindo bis, e que a morte, benévola, lhe concedesse mais esse momento em que a orquestra recomeçaria a tocar, e tocaria como se cada nota fosse uma declaração de amor às estrelas, e que ele morresse com o último espasmo da música, com o último acorde, com o último eco chegando a um apartamento onde um menino, no berço, meio dormindo, meio acordado, sorrisse por sentir que o luar lhe fazia cócegas nos pés.
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