Foi numa época distante. O jovem soldado escapava toda noite do regimento e cavalgava quatro horas para se postar diante da senhorial casa da amada, que, no entanto, só o aceitava como amigo. Ele ficava uma hora olhando para a janela e às vezes recebia o favor de um aceno, antes de a luz se apagar. Cavalgava então as quatro horas de volta e chegava com a aurora ao quartel. Uma noite, já com o sol nascendo, morto de cansaço e de frustração, sofreu uma queda que não lhe tirou a vida, mas o condenou a ser, para sempre, só amigo da amada, como ela havia querido. Ele, porém, não quis. Quando recebeu alta, sumiu com sua cadeira de rodas pelo mundo.
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