De que morrerás
Se o amor,
Maior que o meu ciúme,
Me paralisa as mãos
Para a esganadura
Para o veneno
Para a tortura
Para o tiro que te estoure
O sexo infiel?
De que morrerás
Se não te fere consciência
Se não te golpeia remorso
Se não te fulmina
A praga das esposas enganadas?
De que morrerás
Se não te penetra o gume da madrugada
Se o álcool não te destrói
Se não te corrói o esperma cotidiano?
De que morrerás
Se tudo te poupa?
De que morrerás?
De nada?
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