Se alguém quisesse escrever um livro sobre os cinemas do centro de São Paulo nas décadas de 50 e 60, um livro que fosse buscar a memória não só dos filmes, mas principalmente das salas de exibição, das bilheteiras compenetradas, da farda marcial dos lanterninhas e dos vendedores de balas de goma com seu tabuleiro, do ruído dos chicletes de bola estourando na plateia, misturado aos estalares de beijos nas últimas fileiras, dos cheiros - se alguém quisesse isso, precisaria ressuscitar Frederico Branco. Como isso talvez não seja possível, embora Frederico e os leitores bem merecessem, um bom consolo pode ser encontrado no seu livro de crônicas Postais Paulistas.
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