Eu tinha em mim uma tristeza que não sabia ser uma tristeza alheia: a tristeza de Álvares de Azevedo, Fagundes Varela e Casimiro de Abreu. Nem bem era uma tristeza, era uma imitação, um eco, mas eu a supunha legítima e a cultivava com carinho, esperando que ela um dia me levasse à morte, como as autênticas tristezas sempre devem levar. Quando te conheci, soube que a tristeza que havia em mim, se para tristeza houvesse idade mental, teria dez anos. Tu, que não conseguiste me ensinar o amor adulto, podes ao menos te vangloriar, se isso é questão de vanglória, de haveres levado minha tristeza à maioridade.
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