Foi um doente exemplar. Deixou-se anestesiar, cortar, costurar. Não se queixou de dor nenhuma no pós-operatório. Sorriu para todos sempre: para quem o espetava com injeções, para quem arrancava sua pele ao fazer o curativo e para a mulher que lhe levava a insuportável comida. Ao receber alta, deu um litro de uísque ao médico e uma caixa de bombons a cada enfermeira. Retribuiu os tchauzinhos, entrou no elevador e sentiu-se como sempre: nojentamente falso.
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