Pensa às vezes que
escreve para ninguém
ou quase ninguém
E para saber
se é para ninguém
ou quase ninguém
costuma ser
tentado a escrever
que é um homem
sem nenhum
talento literário
um homem presunçoso
que leu muito
e julga poder
imitar os maiores
talvez até superá-los
num dia de sorte
um homem que
escreve isto agora
esperando
que um leitor
um só que seja
lhe diga amanhã
que ele não tem
mesmo nenhum talento
ou que um leitor
(um leitor,
um leitor!)
lhe diga ao menos
alguma coisa como
até que você, cara,
não escreve
tão mal assim
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