Tem se dado bem com o inverno. Os gorjeios da primavera, as canções do verão e os ternos apelos do outono já lhe morreram na memória, e ele caminha lentamente por uma trilha na qual, pela primeira vez na vida, não busca a felicidade. Anda com o modesto passo de quem não quer nada, só aquilo a que todos os homens têm direito no final, aquilo que os iguala e lhes mostra, ainda que tardiamente, a futilidade de todos os desejos. Caminha devagar, para não ferir a pele da terra que logo o acolherá.
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