Noite. Na praia desoladamente extensa
O suave brilho langoroso do luar
Passeia. Retumbando e retumbando, o mar
Rola de queda em queda na distância imensa.
O vento nos rochedos dorme, a ressonar.
E uma névoa esquisita, nem leve nem densa,
Sobre o espumante oceano inquieto se condensa.
Além, um lume trêmulo tenta brilhar...
Treme indeciso, apaga-se, insiste, retorna
E torna a se apagar, definitivamente
Afogado no cinza escuro da paisagem.
O olhar teimoso fixa-se no ponto ausente
Que a distância engoliu. Só resta agora, morna,
Esta ambição absurda de uma longa viagem...
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