Era o segundo janeiro de sua vida e, recordando o primeiro, ele sentiu de novo rasgando o peito, agora insuportavelmente aguda, a consciência de que tudo tendia à decadência e à dissolução. Era o segundo janeiro de sua vida e no entanto parecia que vários séculos tinham transcorrido entre um e outro, todos trazendo a fúria do vento e a boca raivosa das tempestades, todos lembrando a ele que tudo na terra nasce não para morrer, mas para ser destruído. Era o segundo janeiro de sua vida e ele, perplexo, se perguntou se tinha sido ele mesmo quem vivera o primeiro.
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