Assim que surgiu o sol, a árvore olhou para a direita e, onde por dez anos tinha visto a amiga plantada no mesmo dia que ela, havia só um toco, por onde a seiva escorria sobre as raízes, como o sangue de um decapitado. Entendeu a razão do grande ruído que ouvira de madrugada. Olhou então para a esquerda. Sua outra amiga estava ali. Mas logo o sol subiria, viriam a tarde e a noite. Estariam as duas ali na manhã seguinte ou iriam reunir-se à amiga, deixando na terra só as raízes, dedos abertos suplicando piedade?
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