Sua vida está no fim e os parentes, quando vão visitá-lo, insistem em lhe dizer, como se estivessem antecipando seu necrológio, que ele é o maior de todos os orgulhos da família. Na cama em que está deitado há dois meses, ouve tudo como se falassem de outro, com uma paciência que já merece ser considerada resignação. Só se irrita quando alguém fala de sua precocidade, de como, aos quinze anos, já sabia tudo sobre a vida e o mundo. Se falar não lhe custasse tanto, gritaria que, se conhecesse mesmo o mundo e a vida aos quinze anos, não teria consentido em viver nem um ano a mais.
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