Nojo de mim
dos poeminhas
que esta semana escrevi
com os cotovelos
de falso poeta
fincados na escrivaninha
O Japão
esteve aqui no portão
tocou a campainha
e atrás da cortina fechada
eu fingi não ver
eu não fui atender
como se o Japão fosse
uma menina drogada
ou um bebum
pedindo algum
para beber
Que nojo dos poemas
que nojo de mim
O Japão ali fora
e eu aqui dentro
com a alma cheia de vento
e de pretensão
rimando outrora
com agora
cantando
um amor malogrado
um jardim perfumado
um gatinho perdido
um cachorrinho encontrado
Nojo de mim
tanto nojo tanto
Japão
de meu poético prantinho
no lencinho guardado
dos meus aizinhos
de minha presunção
de minhas riminhas
escrotamente acabadas
em inho e em ão
Nojo de mim
tanto tanto
Japão
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