Certa segunda-feira, ao abrir a janela, não recuou para evitar o pegajoso hálito do sol e, sentindo-se afinal confortavelmente morto, depois de dois anos de agudo sofrimento, empurrou para o fundo da estante os livros de poesia, eliminou da agenda a palavra amor e saiu para os braços da manhã com um sorriso que, por falta de hábito, precisou ir adaptando a cada esquina, para que ele não parecesse falso demais.
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