Um escritor disse, como conselho literário, que, se aparecer um revólver num texto, em algum momento da trama ele deverá disparar. A norma deveria ser válida para aqueles imensos quadros das paredes aristocráticas, aqueles candelabros, aqueles lustres, aqueles castiçais cuja descrição em certos romances consome às vezes três páginas. Que desabem todos sobre os personagens, já que não podem espatifar o crânio daqueles maçantes autores que insistem em nos instruir sobre a diferença entre a decoração do século XIX e a do século XVIII, assim como se preocupam em dizer com exatidão se a roupa de tal ou qual protagonista é de linho, algodão ou casimira.
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