Toda manhã, agora, ao andar pelo parque ele procura o que mudou, aquilo que talvez esteja faltando, a causa da tristeza que há uma semana o atormenta. Já encontrou vários suspeitos: um passarinho que já não canta como antes, uma árvore que sovinamente escondeu suas flores, o pequeno lago que não lhe parece mais tão azul. Até o sol já esteve sob suspeita, acusado de economia no brilho e no calor. Ele procura, procura, continuará procurando fora de si mesmo a causa que bem sabe estar dentro, no peito, no coração, algo que tem nome, endereço e um número de telefone que há tantos dias ignora a aflição dos seus dedos e os chamados de sua alma.
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