Sonhou que tirava um cisco do rosto dela, primeiro com a mão, depois soprando, e acordou com uma ternura tão morna lhe percorrendo o corpo que por muito pouco não chorou. Eram cinco e meia e, sabendo que não conseguiria mais dormir, esperou até as oito e ligou para ela. "Aconteceu alguma coisa?", ela perguntou. Ele ia contar sobre o cisco e sobre como conseguira tirá-lo, mas a tépida ternura, voltando, o emudeceu. "Você me ama, é isso?", ela disse. "É", ele respondeu, sentindo que jamais a amaria tanto quanto naquele instante.
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