Debaixo da mesma árvore, como todas as tardes, tentas transpor para o bloquinho as tuas queixas de amor. E perguntas, em teus versos, se há por acaso algum homem que tenha sofrido tanto. Se a árvore falasse, poderia dizer-te quantos já se lastimaram ali, no mesmo banco, quantos deles já morreram, mais de velhice que de tristeza amorosa, quantos suplicaram por Eva e hoje suplicam por Evelise e quantos, de tanto suspirar por tantas, já nem sabem por quem suspiram, mas suspiram ainda, como se o amor fosse um hábito enfadonho porém vital como o de respirar.
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