Percorre as ruas do bairro e, onde acha alguma construção ou reforma, pede licença para pegar algumas pedrinhas. Em casa, ele as semeia cuidadosamente em todas as partes do jardim, menos em volta das duas mirradas margaridas que ainda tem e das quais há muito tempo não cuida, esperando que morram. Fala com as pedras e dá-lhes lustro sempre. Pode confiar nelas, sabe que jamais o deixarão, como aquelas tantas margaridas que tratou com tanto afeto e que, depois de lhe beberem a água e lhe prometerem viço eterno, murcharam como se as mãos dele fossem as de um assassino.
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