Pelo que lembra do amor, era uma coisa delicada, que ela relaciona com poemas, caixinhas de música, bibelôs de porcelana, papel de seda, Glenn Miller na vitrola. As netas lhe dizem que não é mais assim, os netos também, e também os filmes que a tevê ousa passar, tão diferentes daqueles que ela via nas matinês (ah, Clark Gable, ah, Gary Cooper, ah, Cary Grant, tão bonitos sempre e tão dispostos a emprestar um lenço para uma dama secar as lágrimas e a estender um casaco para uma senhorita não pisar numa poça). Os homens de hoje, mesmo os bonitos, não têm casaco e usam o lenço para assoar o nariz.
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