quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Cisco
É tão entranhadamente amante de tudo, das pessoas e das coisas, que uma ocasião, tendo-se grudado na viagem para Buenos Aires um cisco, uma felpa no seu casaco, ele ficou feliz porque o conservava ainda ao descer no aeroporto de Ezeiza, no táxi para o hotel e na recepção. Quando, ao entrar no quarto acompanhado pelo recepcionista, deu pela falta da felpa e começou a procurá-la aflito no chão, o rapaz, sem saber do que se tratava, se pôs também de quatro, para ajudá-lo. O cisco estava ali e, enquanto disfarçada mas venturosamente o resgatava entre o indicador e o polegar, o amante de ciscos disse ao recepcionista que não se preocupasse: imaginara ter deixado cair a caneta, mas via agora que ela estava no bolso do casaco.
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