Deveríamos economizar as palavras. Um sistema racional e equânime nos permitiria dizer até dez vezes na vida as palavras plenipotenciário, vasoconstrição, sintagma e anacoluto. Zeugma e antitranspirante teriam direito só a nove licenças. E assim por diante: oito vezes para latrocínio, sete para conspícuo, seis para frontispício, cinco para prolegômenos, quatro para sinalefa, três para dodecassílabo e duas para hemistíquio e similares. A palavra amor deveria empregar-se uma vez só, num momento, único e definitivo, em que apenas a amada pudesse ouvi-la.
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