Déspota, declarou a si mesmo que, para todos os efeitos, ela não mais existia. Sempre que a presença dela se insinuava por alguma conspiração da memória, ele a afastava, embora seu coração doesse - e como doía! Uma noite, porém, um verso de uma canção enterrou tão aguda farpa em seu peito que ele revogou sua disposição, aceitou que ela existia, sim, e na sala iluminada só pelos seus olhos cheios de lágrimas dançou com a lembrança dela, ao som de uma canção de Aznavour, repetindo um verso: laisser ma vie sur ton épaule.
Nenhum comentário:
Postar um comentário