Pensa sempre no cruel paradoxo que Borges enfrentou quando Deus lhe deu a direção da biblioteca de Buenos Aires, pondo todos os livros à sua disposição, e ao mesmo tempo lhe impôs a cegueira. A ele ocorreu coisa similar. O amor lhe acenou da outra margem do rio quando ele já não podia alcançá-la a nado, e nem a pé, mesmo se a benevolente Providência secasse as águas. Seus passos já estavam, então, todos destinados a trilhar o caminho que leva à morte.
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