sábado, 18 de fevereiro de 2012
Magnífico e soberbo sol
Acordei tarde ontem e, quando abri a janela, o sol já caminhava para o esplendor do meio-dia. Olhou-me com desdém e não me animei a chamá-lo. Esperei que ele vivesse toda sua soberania e, quando a proximidade da noite já o destituíra de um pouco de sua empáfia e ele se dispôs a baixar até o nível da janela do quarto dos fundos, perguntei-lhe se tinha ido saudar-te, de manhã. "Mas você não pediu", esquivou-se ele. Perguntei: "E precisava? Toda manhã eu peço." E ele: "Mas nesta você não pediu." Dei um desses suspiros com os quais, além de contarmos até dez, tentamos abrandar cóleras, e disse: "Amanhã você vai?" "Se você pedir, eu vou." "Estou pedindo." "Agora não vale. Amanhã de manhã você pede." Concordei: "Está bom." Já era hora de ele mergulhar no outro lado do mundo, mas ele se demorou um pouco. Notei que queria dizer-me mais alguma coisa: "O que você quer?" Ele abriu o jogo: "Sabe o que é? Tenho visto seu blog e acho que você podia me tratar melhor." "Melhor? Melhor como?" "De vez em quando você podia me chamar, sei lá, de magnífico, ou então de soberbo." Para não haver problemas, resolvi colocar os dois adjetivos - e no título! Mesmo assim, para que não ficasses sem teu cumprimento diário, acordei cedo hoje e, antes que ele chegasse, eu já estava na janela.
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