Não abrirei a janela esta manhã. Não quero ser tentado a te mandar o sol. Tu mereces recebê-lo, e quanto, mas não por mim. Que ele te chegue por mãos mais hábeis, tanto na colheita de sóis quanto na de flores e frutos. Mãos jovens, que saibam também como garimpar o ouro dos teus cabelos e fechar-se em concha, para beber a chuva quando ela escorrer por eles. Mãos que se juntem às tuas e te transmitam a alegria que eu há muito já não tenho. Mãos que tenham vida e calor, como têm as tuas, e que, pousando em teus ombros, avisem aos teus lábios que se preparem para os beijos que te são devidos e que nenhum poema jamais conseguirá igualar ou substituir.
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