Quando, no metrô, a mulher encostou-se nele pela terceira vez, agora com indisfarçável intenção, ele, em pé junto à porta, poderia ter descido, porque havia chegado sua estação. Porém, nem tanto pelo contato da perna dela com a dele, mas pelo olor aliciante que vinha das axilas dela, ele se deixou ficar por mais uma estação, mais uma, e mais uma, esforçando-se para pensar em paisagens verdes, cada vez mais verdes, enquanto a mulher, agora dois passos à sua frente, permitia que ele aspirasse também o perfume dos seus cabelos.
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