Depois de tanto falar-te,
Depois de tanto dizer-te,
Sei já que é falha minha arte
E nunca irei convencer-te.
Não ouves o que eu te digo,
Ou, se ouves, nunca me crês,
Já não me chamas de amigo
E com maus olhos me vês.
E eu vou gastando os advérbios
E consumindo os provérbios,
E tudo em vão, sempre em vão,
Mas insisto, mesmo assim,
E digo-te sempre sim,
E tu me respondes não.
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