Amaldiçoado amor, por que dóis tanto, por que fustigas tanto a carne e a alma? Por que tantos espinhos, amor, por que tantos cravos, por que tantos gumes? Abençoado amor, por que dóis só isso, por que não dóis mais, por que não dóis tudo agora? Tristes serão os dias quando não flagelares mais, quando não açoitares nem zurzires, quando a memória, já muito velha e cansada, não te reconhecer mais como és hoje e te cuspir no rosto a pecha de farsante. Insuportável será a vida, amor abençoado, quando minha voz não tiver mais força para te amaldiçoar nem para rogar a Deus que te faça arder eternamente no mais horrendo dos infernos.
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