14 de abril. Dez anos antes, em 2002, ele estava lançando seu livro de maior sucesso. O jornal do dia 15 registrou o número de exemplares autografados naquela noite: 1.500 - e seriam mais, se a editora houvesse adivinhado e mandado mais livros. Tudo mudou. Há dois anos, não dá entrevista nem faz lançamento. Dois originais seus acabam de ser recusados. Deveria ter morrido dez anos antes. Se morrer hoje, terá talvez dez linhas de necrológio. E se morrer daqui a dez anos? Olha para baixo. Sempre sentiu vertigem ao olhar: são dez andares. Hoje a vertigem se transformou num convite, quase numa incitação. Antes dez linhas que quatro ou cinco.
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