Se ao menos não precisássemos esparramar as vísceras do amor ao sol, em cima dos classificados do jornal. Devemos fazê-lo, porém, para que os jovens não se iludam, como nós nos iludimos. Todo dia, numa das esquinas da cidade, estendemos o jornal, esperamos que as moscas apareçam e, com o cenário pronto, começamos nossa pregação. No início nem todas as pessoas acreditam que aquelas moelas, aqueles bofes sejam o que o amor nos dizia serem flores. Sempre há por ali um ou dois poetas. São os que mais fortemente se recusam a reconhecer a verdade.
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