A mulher na esquina distribuía folhetos, e as pessoas todas erguiam a mão como se neles estivesse o endereço da felicidade. A três passos de pegar o meu, inspirei o ar fundamente. Precisava parecer digno do momento. Levantei o braço, pronto para a dádiva. A mulher sorriu para mim, mas ignorou minha mão. Eu a baixei devagar, mas em seguida, quase confiante de novo, a ergui, em vão. De que pode servir um sorriso a dedos ávidos? Fui me afastando, seguindo pela rua comprida cheia de travessas, onde em nenhuma outra esquina estavam distribuindo a esperança.
Nenhum comentário:
Postar um comentário