Quem me dera eu tivesse hoje, correndo em mim, o sangue dos meus dezoito anos, aquela disposição de nada temer e tudo enfrentar. Ah, se eu pudesse pendurar-me no gradil deste viaduto e tentar um voo. Se eu quiser fazer isso com estas pernas de hoje, levarei tanto tempo que alguém me apanhará, me passará um sermão sobre como é sagrada a vida e me mandará ir cuidar dos meus netos. Os jovens estão certos em sua ojeriza aos velhos. Quem há de respeitá-los, se eles são incapazes de pendurar-se num viaduto, lançar-se no espaço e sair flutuando como pássaros?
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