quinta-feira, 19 de abril de 2012
R de Roth
Tantos entram na livraria, tantos mexem e remexem em suas estantes, livros são tirados e postos, reputações literárias se decidem nesse tirar e pôr. Tantos anos se passaram e, no entanto, hoje rocei minha mão na letra R, em Roth, ali onde fizeste passear também tua mão naquele dia, e busquei algo que pudesse haver permanecido do teu tato. Saí procurando nada mais tocar com ela. É noite, agora, e ainda olho para esta mão, esperando algum sinal, alguma lembrança daquela manhã distante, e um calafrio me percorre. E se eu tivesse estado todo esse tempo com essa epifania entre os dedos e hoje, desafortunadamente, a tiver devolvido àquele ponto, àquele mágico território do R em que Philip Roth, sem saber, recebeu de ti seu maior prêmio?
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