Talvez a mais bela e precisa parábola sobre amores que não se consumaram e mantiveram, assim, sua substância ideal, sua atemporalidade e, com esta, sua perenidade, esteja no poema Desejos, de Konstantinos Kaváfis:
"Belos corpos de mortos que nunca envelheceram,
com lágrimas sepultos em mausoléus brilhantes,
jasmim nos pés, cabeça circundada de rosas -
assim são os desejos que um dia feneceram
sem chegar a cumprir-se, sem conhecerem antes
o prazer de uma noite ou a manhã luminosa."
(Do livro Poemas de Konstantinos Kaváfis, tradução de José Paulo Paes, publicado pela Editora Nova Fronteira.)
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